A noite de 06 de julho foi para nós uma noite de nostalgia, de fé, alegria e muitas outras emoções, pois celebramos a missa Sertaneja. Sabemos que o sacrifício da Santa Missa é sempre o mesmo sacrifício de Jesus, mas desta fizemos tudo com um toque do sítio, remetendo ao tempo de nossos pais e avós.
A igreja estava decorada de modo a lembrar a vida na roça, tinha bananeira, pé de mandioca, pé de cana, muitas frutas, legumes e hortaliças. A velha máquina de costura da vovó, a sanfona do vovô, a moringa de barro da nossa mãe e até mesmo um poço, daqueles de tirar água de balde ainda! Lembra aqueles quadros antigos com o Sagrado coração de Jesus e um outro com a foto do vô e da vó jovenzinhos? Tinha também! Tinha até a sela do peão, aquele da vida vida cumprida a sol.
O pessoal do Ministério de Música veio à caráter, se bem que não precisaram fazer muito esforço, somos todos caipiras mesmo. Vieram carregando, além dos instrumentos tradicionais, uma sanfona, um triângulo e dois berrantes. As músicas foram conduzidas com aquele toque da música caipira, sempre adaptando as letras litúrgicas, tudo com o maior respeito, com o intuito de louvar a Deus.
Durante a Missa, tivemos ainda a honra de receber a visita da imagem de Nossa Senhora de Caravaggio, vinda lá das bandas do Rio Grande do Sul, conduzida pela equipe do ECC.
Depois, mais pro final, recebemos também a imagem de Nossa Senhora Aparecida, conduzida pela Dona Rosa Elza e seu marido, já dizia o Roberto Carlos, todas as Nossas Senhoras são a mesma mãe de Deus, né? Aparecida, Perpétuo Socorro ou Caravaggio, sob todos os títulos, nós caipiras amamos nossa Mãezinha.
Ao som da música Romaria, sabe aquela? “Sou caipira, pirapora, Nossa… Senhora de Aparecida”, padre Valdemar conduziu Nossa Senhora Aparecida pelos corredores da igreja… nessa hora não teve um filho de Deus que não se emocionou, afinal, “se viver com o Pai é bom, com Pai e Mãe que maravilha!”
A missa terminou e todos receberam ainda um potinho de arroz doce, feito com bastante açúcar, canela e, claro, muito carinho.
É diferente rezar a Missa dessa maneira, resgatamos as nossas raízes lá do sítio, nos lembramos que temos um “pézinho na senzala”, um “pézinho na cozinha” e até mesmo o nosso “pé vermeio”, sujo de terra da lida no campo.
Deus se manifesta nas pequenas coisas, na simplicidade da vida da roça, na natureza, nos costumes dos antigos. Hoje em dia, uma sanfona dentro da Igreja pode parecer estranha, mas foi tudo feito com a melhor das intenções, com a maior das piedades e com o intuito de louvar a Deus na nossa simplicidade.
Fotos: Vanessa Azevedo
agosto 1st, 2014 em 7:56
Não melhor que as outras, essa missa foi muito boa, com o diferencial da ornamentação caipira, que deixou a igreja mais bonita e as músicas sertanejas alegraram mais os fiéis, o ambiente…à todos nós. Foi contagiante.
Parabéns pela idéia e que venha a segunda missa sertaneja.
Que Deus nos abençoe